(Séc V - IV a.C)
Vertente do pensamento pré-socrático, baseia-se na teoria dos átomos, criada por Leucipo e desenvolvida, posteriormente, por Demócrito de Abdera. Para o pensamento atomista, o princípio (arché) da realidade (phýsis) reside nos átomos, elementos invisíveis, de número ilimitado, cada um possuidor de uma forma própria; sendo o número de formas presentes nos átomos, igualmente, ilimitado. A natureza destes elementos é unitária e plena, uma vez que eles são indivisíveis (em grego, o termo á-tomos significa sem divisão).
Além dos átomos, deve também existir o vazio, lugar onde aqueles residem e realizam seu modo de ser, que é movimento incessante. Sem a existência do vazio, o movimento não pode ser explicado; nem pode haver pluralidade entre os entes, sem haver um meio que os separe. Deste modo, segundo alguns comentários de pensadores da Antiguidade acerca desta teoria, para pensar as questões relativas ao movimento, provando sua existência, é necessário aceitar a co-pertinência entre ser -- no presente caso, os átomos -- e não ser -- entendido aqui como o vazio. É do movimento realizado pelos átomos, constituído de turbilhonamentos e choques entre eles, que se formam todas as coisas.
Alguns comentadores consideram a teoria atomista uma maneira de contrapor-se à teoria eleata (ver Eleatas) acerca da unidade do ser, postulando, para tal, a impossibilidade do não ser e do movimento.