Segundo a postura tradicionalista, a razão individual é fonte de erro e incerteza, não facultando o acesso a nenhuma realidade fora de si própria, podendo conduzir facilmente ao ceticismo e mesmo ao ateísmo. A verdade não deve ser buscada no íntimo da razão humana, mas sim na Revelação da autoridade divina, entendida esta como sua única detentora.
A verdade foi transmitida, por Deus, aos primeiros homens; ela se encontra, assim, na origem do percurso histórico, sendo divulgada, como herança coletiva, às gerações sucessivas. Segundo esta concepção, a verdade não nova, fruto de invenção e descoberta; ela é o que se apresenta no princípio, sendo transmitida, principalmente, através da linguagem.
A história, para esta doutrina, manifesta uma razão universal, de origem divina, acerca da qual o sentir comum presta testemunho. Os critérios para encontrar a verdade consistem, basicamente, em sua antiguidade, perpetuidade e universalidade. Deste modo, o tradicionalismo defende a submissão de toda ordem moral e social ao poder da Igreja, e a reinstauração da monarquia como o sistema de governo mais verdadeiro, partindo da aceitação de seu princípio divino.
Este movimento foi também denominado, na França, ultramontanismo.
Os principais representantes do tradicionalismo francês são: Joseph de Maistre, Louis de bonald e Félicité de Lamennais.