Dramaturgo e romancista paraibano (16/6/1927-23/07/2014). É um dos principais animadores culturais do Armorial, movimento voltado para o descobrimento e interpretação das raízes históricas do Nordeste brasileiro.
Ariano Vilar Suassuna nasceu na cidade de Nossa Senhora das Neves, hoje João Pessoa (PB). Estuda literatura, mas forma-se pela Faculdade de Direito do Recife em 1946. Nomeado professor da Universidade Federal de Pernambuco, dá aulas de estética e história do teatro e ajuda a fundar o Teatro do Estudante de Pernambuco.
Escreve a primeira peça, Uma Mulher Vestida de Sol, ainda em 1947, demonstrando clara inspiração popular combinada à convicção cristã. Em seus trabalhos seguintes recupera o auto religioso medieval em peças como Auto de São João da Cruz (1950) e O Arco Desolado (1952).
O reconhecimento nacional chega em 1955, com Auto da Compadecida, com forte influência do dramaturgo Gil Vicente e da tradição folclórica luso-brasileira. Em A Pena e a Lei (1959), peça premiada no Festival Latino-Americano de Teatro, utiliza elementos típicos do teatro de marionetes, como as máscaras e a mecanização dos movimentos.
No ano seguinte funda o Teatro Popular do Nordeste, no qual apresenta A Farsa da Boa Preguiça e A Caseira e a Catarina. No final da década de 60 interrompe a carreira de dramaturgo para dedicar-se à prosa de ficção e ao trabalho de animador cultural do movimento Armorial.
Entre seus livros mais conhecidos estão Romance da Pedra do Reino e O Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta (1971) e História do Rei Degolado nas Caatingas do Sertão ao Sol da Onça Caetana (1976). Em 1989 é eleito para a Academia Brasileira de Letras. Secretário de Cultura de Pernambuco, cargo que ocupa até o início de 1999, prepara mais um livro, no qual fará um balanço de sua obra.
Faleceu no dia 23 de julho de 2014, no Recife, aos 87 anos após dar entrada no Real Hospital Português com diagnóstico de Acidente Vascular Cerebral (AVC).