Recebem esta denominação os pensadores cristãos dos séculos II e III d.C., que se dedicavam à tarefa de escrever apologias do cristianismo. Era preciso, nessa época, defender a nascente doutrina cristã de três correntes distintas que lhe faziam oposição: a religião judaica, o Estado romano e a filosofia pagã. Contra os judeus, era necessário afirmar argumentativamente o messianismo de Jesus Cristo. Contra os romanos, era preciso convencer o imperador do direito de legalização à prática do cristianismo dentro do Império. E contra os filósofos pagãos, a tarefa dos apologistas era a de apresentar a religião cristã como uma verdade total, à diferença dos erros ou verdades parciais presentes, segundo estes autores, na filosofia helenística.
Contudo, a educação praticada nesta época era feita, principalmente, nos moldes das escolas filosóficas dominantes no período greco-romano, especialmente das escolas estóicas e platônicas. Uma vez que os apologistas, em sua maioria, eram homens cultos, eles se haviam formado dentro dos padrões da filosofia pagã. Desse modo, seu discurso se encontrava calcado na filosofia antiga, tanto desde a perspectiva dos argumentos utilizados em defesa do cristianismo quanto na tentativa de conciliar sua mensagem com as verdades presentes naquela filosofia. Se as verdades da filosofia pagã são verdades parciais, somente o cristianismo pode resgatá-las, integrando-as em um sistema completo, regido pela verdade suprema da Revelação. A doutrina cristã somente pôde ganhar universalidade em sua época através deste diálogo com a filosofia helênica, uma vez que esta se encontrava disseminada por todo o mundo antigo. Assim, a utilização de seus argumentos e vocabulário garantiu uma ampliação do poder de comunicabilidade das verdades cristãs.
Dentre os apologistas, podem ser apontados alguns de seus mais importantes representantes: Aristides, São Justino, Minucio Félix, Tertuliano, Quadrato, Taciano, Atenágoras, Arnóbio, Lactâncio, Ignacio de Loyola e Francisco de Sales.
Através do pensamento dos apologistas, foi lançada a base para que se pudesse precisar tematicamente os dogmas presentes na religião cristã, e, consequentemente, para a formação de um vocabulário filosófico integrado à investigação teológica. Desta forma, seus escritos influíram de maneira determinante no pensamento teológico-filosófico, predominante durante toda a Idade Média.