Nascida em Maceió, forma-se em medicina na Bahia em 1926, mudando-se em seguida para o Rio de Janeiro, onde ingressa, por concurso, no Serviço de Assistência a Psicopatas e Profilaxia. Trabalha como residente no Instituto de Neurologia Deolindo Couto e depois se transfere para o Centro Psiquiátrico Pedro II. Denunciada em 1936 como simpatizante do Partido Comunista, passa 16 meses na prisão.
Libertada, volta ao Pedro II e rejeita as agressivas terapias psiquiátricas ali utilizadas até então. Dirige a Seção de Terapêutica Ocupacional e Reabilitação, orientada pelas teses do psicanalista Carl Gustav Jung, a quem conheceu pessoalmente em 1957. Em 1956 funda a Casa das Palmeiras, clínica para o tratamento em regime aberto de pacientes psiquiátricos.
Ao utilizar a pintura, a escultura, a modelagem e a carpintaria, descobre que, mesmo quando a personalidade do paciente se desintegra, ele mantém em seu psiquismo um estímulo para a produção de imagens. Sua terapia humanizadora ainda inclui o convívio dos doentes com cães e gatos, provando que a afetividade não é anulada pelo problema mental.
Publica, entre outros trabalhos, uma biografia de Jung, o ensaio Imagem, Ação, Afeto e o livro Imagens do Inconsciente. Em 1998, aos 93 anos, lança a obra Gatos, A Emoção de Lidar, sobre seus animais preferidos. Morre de insuficiência respiratória no Rio de Janeiro.