Compare as duas frases:
1 – Faça uma fogueira com o máximo cuidado.
2 – Seu rosto foi consumido pela fogueira das minhas recordações.
A palavra fogueira tem dois significados, dependendo do contexto em que aparece: na frase 1, significa lenha ou outra matéria combustível empilhada, a qual se lança fogo; na frase 2, significa ardor, exaltação, entusiasmo.
No primeiro caso, a palavra fogueira está empregada em seu sentido denotativo.
A denotação consiste em utilizar as palavras no seu sentido próprio, literal, comum, ou seja, aquele existente nos dicionários. A linguagem denotativa é basicamente informativa, ou seja, não produz emoção ao leitor.
Já, na segunda frase, a palavra foi usada em sentido conotativo, pois a ela foi atribuída um novo significado.
Conotação é, portanto, o emprego de uma palavra em seu sentido figurado, e depende do contexto em que foi utilizada. Em textos literários, há predomínio da conotação. A conotação de uma palavra pode variar de indivíduo para indivíduo numa mesma comunidade, de acordo com as experiências pessoais de cada um.
Outros exemplos:
Prefiro responder-lhe pelas páginas de uma revista. (denotação)
Você é uma página virada na história da minha vida. (conotação)
Os adversários lutaram até o anoitecer. (denotação)
A criança luta todas as noites contra o sono. (conotação)
Agora, veja estas frases dos textos:
“(O rio) Sempre sonhando rumo ao mar, / como uma canção de prata, /
vai cantando em seus cristais / desde a noite até a alvorada.”
“(O rio São Francisco) nasce em Minas Gerais e percorre 3160 quilômetros,
passando pela Bahia, por Pernambuco, Alagoas e Sergipe.”
Percebe-se que a linguagem do texto 1 é conotativa, pois o locutor usa palavras em um sentido diferente daquele em que normalmente são empregadas; já, a linguagem do segundo texto é denotativa, pois as palavras foram usadas em seu sentido próprio.