(Hércules em latim) - Filho de Zeus e Alcmena , desde cedo deu provas de sua força descomunal quando aos oito meses matou as duas víboras enviadas por Hera para dar fim à vida do filho de sua rival. Quando completou dezoito anos, viajou para a Beócia a fim de caçar e eliminar um leão ferocíssimo que atormentava a região do Monte Citerão.
O rei Téspio hospedou o herói e a cada noite lhe oferecia uma de suas cinquenta filhas para que estas pudessem dar a luz a homens corajosos. Ao retornar da caçada, Héracles se enfrentou e venceu com os enviados do rei Orcômeno que vinham cobrar um tribulo ao rei de Tebas, Creonte. Este, em agradecimento lhe ofereceu a mão de sua filha Mégara, com quem o herói se casou. Como Hera não descansasse em sua perseguição, fez com que o filho de Alcmena fosse acometido por um acesso de loucura a ponto de assassinar brutalmente os próprios filhos e dos filhos de Íficles, seu irmão e companheiro.
Recuperada a razão, foi necessário recorrer ao Oráculo de Delfos para se purificar de tão abominável crime visto que se tratava de assassinato de parentes unidos por laço de sangue. Como expurgo, foi-lhe ordenado que se colocasse a serviço de Euristeu, rei de Micenas, executando os Doze Trabalhos. A existência de Héracles foi marcada pela utilização da força bruta nas incontáveis tarefas que teve que realizar e mesmo após o término dos Trabalhos, o herói não obteve descanso. Para casar-se com Dejanira e cumprir a promessa que havia feito a seu irmão Meléagro quando desceu aos Infernos para capturar Cérbero, teve que disputá-la com Aquelôo.
Este foi vencido por três vezes até que o herói pudesse desposar sua prometida. Vivia Hércules em Calidão com sua esposa e seu filho Hilo até que certo dia assassinou acidentalmente o copeiro Eunomos. O deus resolveu, como punição, se exilar em Tráquis com a família. Foi durante a viagem para o exílio, estando às margens do rio Eveno, que Hércules se deparou com o barqueiro Nesso. Este, foi morto pelo herói por tentar violar sua esposa durante a travessia do rio. Contudo, como estratégia final para uma vingança futura, o centauro entregou a Dejanira sua túnica manchada de sangue, dizendo-lhe que o talismã lhe serviria como poção mágica para atrair novamente o esposo, caso ele a viesse abandonar.
Com a morte de Ífito, foi mais uma vez responsável por uma morte, foi vendido como escravo para a rainha da Líbia, Ônfale, a quem serviu por três anos. Foi justamente no trajeto de regresso dessa última viagem que, vencida a batalha travada com o rei da Ecália, Êurito, tomou como concubina sua filha Íole. Estava selado seu trágico final. Mandando mensagem a Dejanira que havia permanecido em Tráquis com Hilo, Hércules lhe solicitou que lhe fosse enviado uma túnica com a qual se vestiria para participar da solenidade de comemoração pela vitória.
Enciumada com os romances do marido, Dejanira enviou-lhe a vestimenta do centauro Nesso, acreditando que assim poderia reconquistar seu esposo. Contudo, tão logo a vestiu, a roupa colou-se ao corpo de Héracles e principiou a arder em chamas. Não conseguia se livrar das vestes, pois suas carnes firmemente a elas coladas, saíam em pedaços. Agonizando de dor, foi transportado para junto da esposa que, conscientizando-se do que havia sucedido, suicidou-se movida pelo remorso. Héracles erigiu uma grande pira e nela pôs-se a arder. Foi então que Zeus, seu pai, o elevou ao Olimpo, onde já elevado à categoria de imortal, se reconciliou com Hera e casou-se com Hebe, privilegiada com o dom da eterna juventude.
Hércules deixou uma enorme descendência fruto de seus inúmeros amores. Com as cinquenta filhas de Téspio gerou cinquenta filhos; com Mégara teve Terímaco, Dêicoon e Creontíades; com Dejanira gerou Hilo, Ctesipo, Gleno, Nites e Macária; com Ônfale concebeu Áqueles e Tirseno e com Hebe gerou Alexíares e Aniceto. Além desses, concebeu filhos com Astíoque, Calcíope, Parténope, Epicasta, Auge, Astidamia, Autônoe e Meda.