As Tecnologias Digitais da informação e da comunicação trouxeram novas maneiras de ver e apreender o mundo, assim como transformaram as formas de se construir o conhecimento e de se ensinar e aprender. E nesta contextualização a chamada revolução tecnológica tem modelado novos espaços e tempos, e, estruturado novos conceitos culturais e sociais que têm condicionado uma dimensão humana planetária.
As Tecnologias Digitais (TD's) começam a potencializar a construção de uma sociedade que, ao renunciar às lógicas de exclusão, aproxima-se da utopia possível de inserção para todos os seus atores sociais.
O termo Acessibilidade, presente e discutido em diversas áreas, tem também na informática importante significado. Ele é de fato para o usuário não só o direito de acessar a rede de informações, mas também o direito de eliminação de barreiras arquitetônicas, de disponibilidade de comunicação, de acesso físico, de equipamentos e programas adequados, de conteúdo e apresentação da informação em formatos alternativos.
Atualmente, a importância da tecnologia na área da educação é muito discutida, mas quando falamos de Educação Especial ela se torna a meu ver quase obrigatória, uma vez que muitas pessoas dependem desse meio para ter acesso ao aprendizado e adquirir as competências básicas que são de direito de todo cidadão. Portanto, aliar tecnologia à Educação Especial é garantir o direito de acesso ao conhecimento, dando ao indivíduo uma chance de desenvolver e mostrar seu potencial como qualquer cidadão considerado 'normal' perante a sociedade.
Dessa forma, é possível enxergar uma ligação entre a Educação Especial e as Tecnologias Digitais, se compreendermos o binômio "Computador e Educação", tendo em vista, o fato de que o computador se tornou um instrumento, uma ferramenta para aprendizagem, que possibilita o desenvolvimento das habilidades intelectuais e cognitivas, propiciando que o indivíduo possa desabrochar as suas potencialidades criadoras. O produto final desse processo é a formação de indivíduos autônomos, que aprendem por si mesmo, porque aprenderam a aprender, através da busca, da investigação, da descoberta e da invenção.
O Brasil fez opção pela construção de um sistema educacional inclusivo ao concordar com a Declaração Mundial de Educação para Todos, firmada em Jomtien, na Tailândia (1990), e ao mostrar consentimento com os postulados.
Acredita-se que as Tecnologias Digitais favorecem ao contexto das Tecnologias Assistivas, e estas, portanto, se forem bem postas no projeto das instituições, poderão favorecer em muito o desenvolvimento das pessoas com deficiências. Pensar numa sociedade melhor para as pessoas deficientes é necessariamente também pensar numa sociedade melhor para todos nós. Como afirma Armando Valente (1991, p.01):
Sabe-se que uma ampla utilização de novas tecnologias poderá facilitar o processo de inclusão de crianças, jovens e adultos com deficiência. Para tanto, faz-se necessária a destruição e transposição de algumas barreiras e processos invisíveis que favorecem a ignorância, o preconceito, a segregação e o isolamento destes deficientes.
Os deficientes têm direito à Educação, para além de discursos oficiais ou institucionais, mas ainda, de uma educação que respeite as suas singularidades e particularidades.