Um dos novos paradigmas no Processo Educativo Vigente é sem dúvida o uso das novas tecnologias, que invadem nossas vidas, transforma obrigatoriamente a todos em seus desejos de consumo – devido um processo de globalização contínuo - numa falsa democratização capitalista. Até mesmo os analfabetos que não são possuidores de uma formação Básica, mas cujo senso comum pleiteou-lhes com um conhecimento mínimo em sua praticidade pela sobrevivência se alegra diante dela – A Toda Poderosa Tecnologia.
Quando compra um aparelho doméstico, hoje o mais simples, não foge das teclas, dos controles, dos tantos botões, dos TICS e dos BIPS. É o homem plasmático que não sabe até vai, até onde entende, mas é engolido de todas as formas, em todos os níveis de formação. Como tirar proveito disso sem se escravizar? As marcas estão sofisticadas, os Slogans estão sobre Flashs constantes nas propagandas, o sapato que acende, a guloseima que colore sua língua. A tecnologia da gordura, os cosméticos, a internet, os jogos em redes, os Chats, nos deparamos com bips em todos os lugares, no shopping, no cinema, nos transportes - cartões magnéticos de créditos e de identificação. Tudo Chama a atenção, diante da sociedade vigiada, uma câmera que dispara, que vigia, que desnuda o homem social no supermercado, na praia, na rua, a televisão interativa - só falta transmitir o odor, só àquele que não se adaptou a tecnologia, ou procurou pelo menos conviver com ela com medo de ser devorado pela mesma é que não percebeu que está ultrapassado.
Será que a tecnologia torna as pessoas ultrapassadas? Será que a sociedade se torna ultrapassada? Será que a tecnologia tem poder de mudar toda a sociedade? As Novas tecnologias da informação e comunicação segundo (Sancho, 1999) causa a sociedade três tipos de efeitos, altera a estrutura de interesses – o que é prioritário e o que é obsoleto nas relações de poder; muda o caráter dos símbolos – incorpora estímulos artificiais ou autogerados chamados de signos (Vygotsky, 1979), por fim modifica a natureza da comunidade – globalidade das comunidades no Ciberespaço. Já para (Moram, 1995) as novas tecnologias não mudam a sociedade, só a forma de sua utilização pelo modo de produção capitalista, cujo fim é a internacionalização de tudo que tem valor econômico.
A Tecnologia chegou e ela não é, nem nunca foi esse bicho papão que come pessoas burras – primeiro por não existirem pessoas burras, mas sim pessoas que não estão preparadas para a modernidade. Por isso, eu repito: A tecnologia chegou e avança cada vez mais e as pessoas não são preparadas para acompanhá-la. Devido aos vários fatores que envolvem os sistemas governamentais e sustentacionais das variadas sociedades. Do Stencil à álcool ao Stencil à óleo; do Projetor de Slides ao retroprojetor; do retroprojetor ao computador. Há uma luz no fim do túnel para o uso das novas tecnologias, aliar-se a elas não implica no imediatismo de sua dependência, entretanto utilizá-las para formar o homem do futuro, a sociedade do futuro – UM BIP RACIONAL PARA O MUNDO.
Desenvolver visões críticas dentro destas transformações globais não basta, precisamos estudar a importância destas tecnologias no processo ensino-aprendizagem. Desenvolver habilidades, levando o educando a produzir seus próprios trabalhos diante dos variados dialetos – dialetos pessoais vivenciados por ele diante das variantes tecnológicas acessíveis ao mesmo, assim as novas tecnologias torna livre e de domínio público as suas informações através da internet, criação de sites escolares, blogs, comunidades nos mais variados níveis de pesquisas e temas, ampliando a educação presencial e estruturando a educação à distância, pois a tecnologia propicia levar as práticas pedagógicas para os locais mais longínquos.
Precisa-se incentivar as produções por meio tecnológico – fazer interação nesse processo interdisciplinar com as mais variadas mídias, sem se tornar teledependente das mesmas os famosos vídeotas - criando espaços virtuais de desenvolvimento do espírito crítico, fomentando debates que ampliem o processo de educação á distância. É a educação do bip racional. Um entrave real seria que nem todos tem acesso a essas tecnologias. Surgem por parte do governo projetos de inclusão digital, Programa de Telecomunidade com recursos do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (FUST) com a intenção de conectar a Internet todas as Escolas Estaduais do Ensino Médio e Profissionalizantes – 13 mil estabelecimentos, com sete milhões de estudantes, Computador Popular, Quiosques Eletrônicos nos Correios, Fisco – Receita Federal, Telecentros, Redes Universitárias de Pesquisa e Educação à Distância (Mercado, 1999).
Não só encontramos nas novas tecnologias o lixo tecnológico como Reality Shows, Novelas do Besteirol e programação alienantes do mundo mercadológico estadunidense, encontra-se também produções de qualidade como a TV Escola, a Universidade da Madrugada. O uso adequado de um programa de televisão, de um documentário, de uma propaganda, utilizando os recursos do vídeo cassete, hoje o DVD em sala de aula, contribuirá sem dúvida para o processo educacional. Isso não ocorrerá se não usar critérios, escolhas soltas não contribuem para o desenvolvimento do senso crítico do aluno. Reproduzir tecnologias não melhora a qualidade da educação quer presencial ou à distância. É preciso se apropriar das novas tecnologias digitais da informação e da comunicação respeitando os contextos – os variados dialetos - racionalmente envolvidos nesta aprendizagem para criar uma condição real de ensino. Usar tecnologias no processo educativo respeitando essa pluralidade contribuirá para uma grande mudança no ensino.
Educar é processo que norteia responsabilidade, mesmo na era do bip, da exploração da Word Wide Web em sala de aula, da informação liberada - á disposição como um Self Service, dos valores falidos, da banalização do bom e do ruim, da facilidade tecnológica. Pode-se afirmar que Educação não é Self Service - um pouquinho dessa tecnologia e um pouquinho daquela. É preciso ter responsabilidade tecnológico-educativa para implementar com êxito as novas tecnologias no processo educativo para não se cometer o erro de se reforçar a educação como um produto comercial (A minha escola tem salas climatizadas, biblioteca, laboratório de informática e de ciências, professores qualificados) e exclusivamente vendável como mais uma tecnologia doméstica para sua família. A obrigação de um ensino de qualidade é de todos que participam deste processo, ninguém está isento. Incorporar um laboratório de informática, por exemplo, em uma escola não pressupõe qualidade e excelência. Mas saber transformar esses recursos através da interação pode transformar a linha pedagógica da escola mais tradicional. Construtivistas, Reprodutores, Mediadores e Emancipadores, todos podem fazer uso das novos tecnologias da informação e comunicação melhorando suas práticas Pedagógicas.
Referências bibliográficas:
- MORAN, José Manuel. Novas tecnologias e o re-encantamento do mundo. Publicado na revista Tecnologia Educacional. Rio de Janeiro, vol. 23, n.126, setembro - outubro 1995, p. 24-26. (documentoeletrônico:<http://www.eca.usp.br/prof/moran/novtec.ht6m>) Diretor Acadêmico da Faculdade Sumaré – SP e Assessor do Ministério de Educação para avaliação de cursos a distância.
- SANCHO, Juana Marìa. Da Fascinação ao Desconcerto – A Integração da Informática na Escola. Publicado na revista Pátio. Ano VI, n°22, julho - agosto 2002, p. 27-31.
- MERCADO, Luís Paulo. Formação Continuada de Professores e novas tecnologias. EDUFAL/INEP,1999.Maceió, AL.
- KENSKIL, Vani. As tecnologias invadem nosso cotidiano. Estudado na Formação Continuada em Tecnologia Educacional e Educação a Distância - da SEED/MEC (TV Escola, Proinfo, Rived)