Para a concepção atualista, a realidade é uma criação do Espírito. Esta criação se dá como um fenômeno dinâmico e processual, plenamente realizado somente através da história. Esta, contudo, é compreendida de maneira não linear, mas sim desde a comunidade dos contrários, constitutiva da dialética.
O Espírito é encarado a partir da noção de transcendência, e esta, como a autoconsciência que, a um só tempo, coloca e supera a dualidade sujeito-objeto. Este movimento somente se dá na experiência, logo, no âmbito do individual e contingente; no entanto, enquanto a realidade dos objetos consiste unicamente em sua apreensão pelo sujeito, a realidade do sujeito individual funda-se na efetivação temporal do espírito em seu caráter absoluto. O dado dos objetos, assim como o passado do desenrolar histórico, opõe-se à experiência fundante do Espírito, sempre atual; desta forma, a oposição entre o fato passado e o ato presente é um modo de ser da tensão necessária para que o Espírito adquira consciência de si. Esta autoconsciência se dá, igualmente, como síntese da oposição entre sujeito e objeto, bem como na relação de contrariedade entre os saberes; assim, a filosofia é encarada como superação da oposição entre a subjetividade artística e estética e a objetividade da necessidade do divino, imposta pela religião.
O atualismo contemporâneo possui, como principais representantes, a escola italiana inaugurada pelo pensamento de Giovanni Gentile.