O problema da água sempre foi vital para os povos do Oriente Médio, onde predominam planaltos e montanhas, o clima é seco e, em algumas partes, desértico.
Nas férteis planícies do Egito e da Mesopotâmia, desenvolveram-se civilizações agrícolas e nas faixas costeiras do Mediterrâneo, predominaram civilizações marítimo-mercantis.
Os povos do Oriente Médio pertenciam a várias origens. Havia dois grupos principais: os Arianos ou indo-europeus e os Semitas.
Os Arianos, provavelmente, habitavam as planícies da Rússia e dispersaram-se entre o segundo milênio e cerca de 1.500 a.C.. Os Aqueus instalaram-se na península balcânica; os Hititas, na Ásia Menor e no rio Eufrates; os Medos e os Persas, no planalto do Irã.
Os Semitas deslocaram-se da Arábia e da Síria a partir do IV milênio a.C.. Desse grupo faziam parte Assírios, Hebreus e Fenícios.
O Egito Antigo
Os primeiros povoadores apareceram no Paleolítico, mas os primeiros núcleos populacionais só surgiram no Neolítico, com a estabilização do clima.
A população se compunha de diferentes povos de origem semita e Núbia, mas havia predominância dos hamíticos.
A história deste povo era pouco conhecida até o século XIX, devido à incompreensão dos hieróglifos. Em 1798, um oficial de Napoleão encontrou a Pedra de Roseta. Era um fragmento de basalto com hieróglifos, grego e outras duas linguagens egípcias conhecidas. Comparando os sinais, o arqueólogo francês jean-François Champollion decifrou os hieróglifos em 1822.
Devido ao seu isolamento, o povo egípcio desenvolveu traços culturais razoavelmente homogêneos, pois estavam cercados por vastas regiões desérticas.
O Antigo Império (3.200 - 2.200 a.C.)
No IV milênio antes de Cristo, os aglomerados humanos que viviam à margem do rio Nilo, evoluem para pequenas unidades políticas chamadas NOMOS.
Da unificação dos 22 nomos existentes, formaram-se dois reinos, um do norte e outro do sul. Por volta de 3.200 a.C., o faraó Menés (ou Narmer) unificou os dois reinos, com capital em Tinis, daí o período chamar-se TINITA. Durou até 2.800 a.C.
Os sucessores de Menés organizaram uma monarquia poderosa, atribuindo-lhe origem divina. Em tal sistema o soberano possuía poder absoluto, auxiliado pelos administradores dos NOMOS, agora em número de 42. Havia um funcionário responsável pelo controle das inundações do Nilo e um arquiteto real. Nessa época, o antigo império prosperou de forma vertiginosa. Entre 2.700 e 2.600 a.C., foram construídas as célebres pirâmides de Gizé, atribuídas aos faraós Quéops, Quéfren e Miquerinos, da 3ª dinastia. Então a nova capital era Mênfis.
O Médio Império (2.000 - 1.750 a.C.)
Um momento difícil para a civilização egípcia. Depois de uma crise de autoridade, os faraós reconquistaram a plenitude do poder e permitiram o ingresso de elementos das camadas inferiores no exército e, com isso, submeteram a Palestina, onde descobriram minas de cobre, e a Núbia, onde encontraram ouro. Os metais fortaleceram o estado.
Entre 1.800 e 1.700 a.C., chegam os hebreus, mas são os hicsos, vindos da Ásia, que vão criar as maiores dificuldades, porque usavam o cavalo e carros de combate, totalmente desconhecidos pelos egípcios. Os Hicsos dominaram o país e instalaram-se no Delta de 1.750 a 1.580 a.C.
O NOVO IMPÉRIO – (1.580 – 1.085 a.C.)
A expulsão dos Hicsos marca a nova fase, com desenvolvimento militar, a ponto de transformar o Egito em potência imperialista.
O período começou com o reinado de Amósis I e se seguiram:
I. Tutmés I
II. Hatshepsut (regente durante a menoridade de Tutmés III)*
III. Tutmés III (estendeu a dominação até o rio Eufrates
* Primeira mulher egípcia a atribuir-se poderes de faraó.
No apogeu, Amenófis IV empreendeu uma revolução religiosa, substituindo Amon-Rá por Áton, simbolizado pelo disco solar. Também de caráter político, a medida visava os sacerdotes, dos quais Amenófis se livrou, construindo um templo em Hermópolis r mudando seu e mudando seu próprio nome para Aquenáton (supremo sacerdote do novo deus).
Seu sucessor, Tutancáton, restaurou o deus Amon-Rá e pôs fim à revolução, mudando também o seu próprio nome para Tutancámon.
Posteriormente, os faraós da dinastia de Ramsés II (1.320 a 1.232 a.C.) enfrentaram novos obstáculos, como a invasão dos Hititas, que colocou o império em declínio. Internamente, crescia a rivalidade entre o faraó e grandes senhores enriquecidos pela guerra.
Por volta de VII a.C., os Assírios invadem o país; em 525 a.C., o rei persa Cambises bate o faraó Psamético III. Nos séculos seguintes, os povos do Nilo seriam dominados pelos gregos e, finalmente, cairiam nas mãos do imperialismo romano, em 30 a.C.
Economia e produção agrícola
O Nilo movia a economia e garantia unidade à Civilização egípcia. Mas dava trabalho, como a construção de diques e canais de irrigação, o que exigia um poder forte e centralizado. Assim, o Egito pode ser visto como um país mais agrícola do que mercantil.
Os impostos eram cobrados de acordo com o tamanho das terras cultivadas, havendo descontos se a colheita fosse prejudicada pelas enchentes. Trigo, cevada, legumes, papiro e uvas eram as principais culturas. A pesca, a caça e a criação de animais complementavam os trabalhos da terra, secundariamente.
Indústria e Comércio
As pirâmides permitem concluir que os egípcios dispunham de pedreiras bem organizadas. Desenvolveram diversificada ourivesaria e fabricavam móveis, sarcófagos e carros de guerra de madeira, bem como armas de bronze.
Devido à rigidez hierárquica(castas), a formação de uma classe mercantil era difícil nesta sociedade, mas ainda assim, o Egito teve certo dinamismo comercial, principalmente com a Núbia e a Síria de onde vinham pedras preciosas, marfim, perfumes e madeira, todos pagos com a exportação de cereais, vinho, óleos vegetais e papiro. Internamente era possível realizar trocas, como pagar uma casa com móveis e estofos, mas ouro e prata também funcionavam como moeda.
O Sistema Econômico
A economia egípcia pode ser enquadrada no modo de produção asiático, em que coexistiam a propriedade coletiva do solo e um poder estatal que representava a unidade verdadeira ou aparente dessas comunidades.A produção não era orientada para o mercado e o uso de moeda era limitado; noutras palavras, predominava a economia natural, porém com algum excedente, o que permitia exportações como troca.