I- O Autor:
Nasceu em Cruz Alta, Rio Grande do Sul, em 1905. Fez o curso secundário em Porto Alegre. Impossibilitado de continuar seus estudos por falta de recursos, regressou à cidade natal, começando a vida com muita dificuldade. Em 1931, ocupou o cargo de secretário da 'Revista do Globo', da qual se tornou diretor. Lecionou literatura na Universidade de Berkeley, nos Estados Unidos, de 1941 a 1945. Depois do doutoramento em Literatura, no Mills College, escreveu Brazilian Literature. Em seguida, realizou viagens à Europa, recebendo da Academia Brasileira de Letras, em 54, o 'Prêmio Machado de Assis'. Faleceu em 1975.
Erico Verissimo inicia a carreira literária lançando, em 1932, uma coletânea de contos intitulada Fantoches. No ano seguinte, começa a publicar romances, que se dividem em três fases: a primeira, centrada em assuntos urbanos, versa sobre a aristocracia local em decadência e os conflitos morais que a imigração europeia traz à região; a segunda, desenvolvendo temas históricos, contém um estudo sobre os principais elementos que formam a tradição do povo gaúcho, e a terceira é de tendência política [censura e ditadura militar, anos 60 e 70].
II- Obra:
O sexto capítulo da parte O Continente da trilogia cíclica O Tempo e o Vento.
Santa Fé, 1828.
Chega a Santa Fé o Capitão Rodrigo Cambará. Tinha 30 anos e participara de várias guerras, em 18811, 1817, 1821 e 1825. Faz amizade com Juvenal Terra. Conhece Bibiana quando esta vai ao cemitério colocar flores na sepultura de sua avó, Ana Terra. Rodrigo decide permanecer em Santa Fé. A conselho do padre Lara, o vigário, vai pedir permissão à autoridade da região, coronel Ricardo Amaral Neto. O coronel, alegando não ser a vila lugar para pessoas como ele, pede que vá embora. Mas o capitão está disposto a ficar. Bibiana Terra o impressionara. Ficava horas a fio olhando para sua casa, na esquina da praça. Por causa da jovem, Bento Amaral e Rodrigo desentenderam-se numa festa. Sobem a coxilha para um duelo. Rodrigo é atingido por um tiro disparado por um capanga de Bento Amaral. Juvenal acolhe o Capitão Rodrigo, muito ferido, em sua casa. Restabelecido, ele casa-se com Bibiana em 1829. Rodrigo passa a trabalhar com Juvenal. Abrem um armazém com mantimentos que trazem de Rio Pardo. Nascem Bolívar e Anita, filhos de Bibiana e Rodrigo, e Florêncio, filho de Juvenal e Arminda.
Em 1833, chegam a Santa Fé imigrantes alemães. São eles Erwin Kunz e Hans Schultz e suas famílias. Instalam-se em pequenos ranchos nos arredores da vila.
Capitão Rodrigo não consegue acostumar-se à pacata vida de Santa Fé. Joga, envolve-se com outras mulheres, trabalha pouco. Sua filha Anita, morre sem que ele viesse para socorrê-la.
Inicia-se a Revolução Farroupilha e Rodrigo vai para as batalhas. No ano de 1836, os legalistas atacam a vila. Acompanha-os Rodrigo, que se encontra com Bibiana, à sua espera em casa. O grupo toma o casarão dos Amaral, mas Rodrigo morre atingido no peito por uma bala.
Dona Picucha Terra Fagundes, filha de Horácio Terra, conta histórias de seus novos heróis - Garibaldi, Bento Gonçalves e Canabarro. E fala das guerras que tomaram conta do Rio Grande e levaram seus filhos.
'Sou valente com as armas,
sou guapo como um leão,
índio velho sem governo,
Minha lei é coração.'