Há mais de um século o homem vem sujando a atmosfera. Carros, fábricas e queimadas liberam para a atmosfera 5,5 bilhões de toneladas de dióxido de carbono, entre outros poluentes, que elevam a temperatura da Terra e podem gerar mudanças climáticas sem precedentes.
Trata-se do efeito estufa, propriedade que determinados gases têm de aprisionar o calor do Sol na atmosfera, impedindo que ele escape para o espaço depois de refletido pela Terra. Em condições normais, esses gases ajudam a manter a temperatura do planeta na média de 15C.
Estudos recentes demonstram que a temperatura do planeta subiu 0,18C neste século. Se for mantida essa tendência, nos próximos 50 anos haverá um aquecimento de 4C a 5C, que pode provocar o degelo de parte das calotas polares e, como consequência, a elevação do nível dos mares e a inundação de cidades litorâneas.
Os gases que se acumulam na atmosfera como resultado da atividade industrial e do crescimento urbano -dióxido de carbono, metano, óxido nitroso, ozônio e clorofluorcarbonos- são transparentes à luz visível como o vidro, permitindo que os raios do Sol aqueçam a superfície terrestre. Quando a Terra devolve o calor em excesso, não é mais sob a forma de luz, mas de radiação infravermelha.
Como os gases poluentes absorvem a radiação, uma parte do calor fica na atmosfera. Até o final do século passado, a quantidade de dióxido de carbono descarregada no céu nunca excedeu a proporção aceitável de 280 partes por milhão. Mas começaram a surgir as chaminés das fábricas, os oleodutos e os escapamentos de veículos. O crescimento das cidades e a ocupação predatória das florestas provocaram um aumento para 350 partes por milhão; em 2050, calcula-se que chegue a insuportáveis 500 ou 700 partes por milhão.