O direito a fazer algo não significa que fazê-lo é certo. Ser detentor de poder é ter habilidade de influenciar os outros. Já a autoridade é o direito de influir sobre os outros. Poder é motivo de conquista, autoridade quase sempre delegação. Sendo assim, podemos ter poder sem autoridade como também autoridade sem poder.
A influência exercida seria o poder colocado na prática. Quando a influência cresce muito, atinge outro patamar que é o controle, situação em que muda o comportamento dos outros. O que não serve para o enxame, não serve para a abelha.
Existe poder latente, significando uma arma ou um instrumento, que pode nunca ser usado. Há também o poder relativo, que seria o poder que você tem sobre os outros dependendo de sua habilidade ao colocá-lo. Há também o poder dinâmico, configurado na mudança do poder com o tempo, à medida que os indivíduos ganham ou perdem poder em relação aos outros.
Para alguns psicólogos americanos, há pelo menos três usos gerais do poder. Poder sobre, aquele usado para fazer outra pessoa agir de determinado modo, que pode também ser chamado de dominação. Poder para, que dá aos outros os meios para agir mais livremente por si mesmos, também chamado de capacitação. Por fim, poder de, que pode nos proteger do poder dos outros, também chamado de resistência.
Certo fica que se você for usar o poder, primeiro terá que consegui-lo. Imaginem aquele que nunca conseguiu, de repente, sem mérito, sentir-se apto a conquistá-lo. Certamente não se dará bem, pois o processo de conquista cursa com a história pregressa, a qual precisa recomendar, do contrário nada acontecerá.
É preciso legitimidade, e esta só ocorre quando as outras aceitarem com simplicidade a liderança. Embora o poder legitimado faça lembrar autoridade, na realidade autoridade é o direito de exercer a força, enquanto no poder legitimado consiste no fato de um indivíduo acreditar que a outra possui esse direito.
Há pessoas, no entanto, que vivem toda uma vida e não conseguem reunir méritos. Por onde passaram e chegaram ao poder, oprimiram, humilharam e não detém memória positiva de resultados, aprovação dos circunstantes.
A propósito, a grande lição nos deu Sêneca, o grande filósofo ao afirmar: longo é o caminho ensinado pela teoria, curto e eficaz, o do exemplo.
Poder e autoridade não são para todos!
É preciso legitimidade, e esta só ocorre quando as outras aceitarem com simplicidade a liderança.