Portanto, para que uma relação de A em B seja uma função , exige-se que a cada x Î A esteja associado um único y Î B , podendo entretanto existir y Î B que não esteja associado a nenhum elemento pertencente ao conjunto A.
Nota : na notação y
= f(x) ,
entendemos que y é imagem de x pela função f, ou
seja:
y está associado a x através da função
f.
Exemplos:
f(x)
= 4x+3 ; então f(2) = 4.2 + 3 = 11 e portanto , 11 é
imagem de 2 pela função f ;
f(5) = 4.5 + 3 = 23 ,
portanto 23 é imagem de 5 pela função f , f(0) =
4.0 + 3 = 3, etc.
Para definir uma função , necessitamos de dois conjuntos (Domínio e Contradomínio ) e de uma fórmula ou uma lei que relacione cada elemento do domínio a um e somente um elemento do contradomínio .
Quando D(f)
(domínio) Ì
R e CD(f)(contradomínio) Ì
R , sendo R o conjunto dos números reais , dizemos
que a função f
é uma função
real de variável real . Na prática , costumamos
considerar uma função real de variável real como
sendo apenas a lei
y = f(x) que a define , sendo o conjunto dos
valores possíveis para x , chamado de domínio
e o conjunto dos valores possíveis para y , chamado de
conjunto
imagem da
função . Assim, por exemplo, para a função
definida por y = 1/x , temos que o seu domínio é
D(f) =
R* , ou seja o conjunto dos reais diferentes de zero
(lembre-se que não existe divisão por zero) , e o seu
conjunto imagem é também R* , já que
se y = 1/x , então x = 1/y e portanto y também não
pode ser zero.
Nota: o símbolo Ì
significa
“contido em”.
Dada uma função
f
: A ® B definida por y =
f(x),
podemos
representar os pares ordenados (x,y) Î
f onde x Î A e y Î
B ,num sistema de coordenadas cartesianas .
O gráfico
obtido será o gráfico da função f
.
Assim, por exemplo, sendo dado o gráfico cartesiano
de uma função f , podemos dizer que:
a
) a projeção da curva sobre o eixo dos x , nos dá
o domínio da função .
b ) a projeção
da curva sobre o eixo dos y , nos dá o conjunto imagem da
função .
c ) toda reta vertical que passa por um
ponto do domínio da função , intercepta o
gráfico da função em no máximo um ponto .
Veja a figura abaixo, relativa aos itens 1, 2 e 3 acima:
2 -Tipos de funções
2.1 - Função sobrejetora
É aquela cujo
conjunto imagem é igual ao contradomínio .
Exemplo:
2.2 - Função injetora
Uma função
y = f(x) é injetora quando elementos distintos do seu domínio
, possuem imagens distintas,
isto é:
x1
¹ x2 Þ
f(x1) ¹ f(x2)
.
Exemplo:
2.3 - Função bijetora
Uma função é dita bijetora , quando é ao mesmo tempo , injetora e sobrejetora .
Exemplo:
Exercícios resolvidos:
1 - Considere três
funções f, g e h, tais que:
A função f
atribui a cada pessoa do mundo, a sua idade.
A função
g atribui a cada país, a sua capital
A função
h atribui a cada número natural, o seu dobro.
Podemos afirmar que,
das funções dadas, são injetoras:
a) f, g e h
b) f e h
c) g e h
d) apenas h
e) nenhuma delas
Solução:
Sabemos
que numa função injetora, elementos distintos do
domínio, possuem imagens distintas, ou seja:
x1
¹ x2 Þ
f(x1) ¹ f(x2)
.
Logo, podemos
concluir que:
f não é injetora, pois duas
pessoas distintas podem ter a mesma idade.
g é injetora,
pois não existem dois países distintos com a mesma
capital.
h é injetora, pois dois números naturais
distintos, possuem os seus dobros também distintos.
Assim é
que concluímos que a alternativa correta é a de letra
C.
2 - Seja f uma função
definida em R - conjunto dos números reais -
tal que
f(x - 5) = 4x. Nestas condições, pede-se
determinar f(x + 5).
Solução:
Vamos
fazer uma mudança de variável em f(x - 5) = 4x, da
seguinte forma:
x - 5 = u \ x =
u + 5
Substituindo agora (x - 5) pela nova
variável u e x por (u + 5), vem:
f(u) = 4(u +
5) \ f(u) = 4u + 20
Ora, se f(u) = 4u +
20, teremos:
f(x + 5) = 4(x+5) + 20 \ f(x+5) = 4x + 40
3 –
UEFS 2005-1 ) Sabendo-se
que a função real f(x) = ax + b é tal que f(2x2
+ 1) = - 2x2 + 2,
para todo x Î
R, pode-se afirmar que b/a é igual a
a) 2
b) 3/2
c) 1/2
d) -1/3
e) -3
Solução:
Ora,
se f(x) = ax
+ b, então f(2x2 + 1)
= a(2x2 + 1) + b
Como
f(2x2 + 1) = - 2x2 + 2, vem,
igualando:
a(2x2 + 1) + b = - 2x2 +
2
Efetuando o produto indicado no primeiro membro, fica:
2ax2
+ a + b = -2x2
+ 2
Então, poderemos
escrever: 2a = -2
\ a = -2 /2 = -1
E, também,
a + b = 2 ;
como a = -1, vem substituindo: (-1) + b = 2 \ b = 2 + 1 = 3
Logo,
o valor procurado a/b será a/b = -1 / 3 , o que nos leva
tranquilamente à alternativa D.
Agora
resolva este:
A função f em R é
tal que f(2x) = 3x + 1. Determine 2.f(3x + 1).
Resp: 9x + 5
3 - Paridade das funções
3.1 - Função par
A função
y = f(x)
é par, quando " x Î
D(f) , f(-
x ) = f(x)
, ou seja, para todo elemento do seu domínio,
f( x ) = f (
- x ). Portanto , numa função par, elementos simétricos
possuem a mesma imagem. Uma conseqüência desse fato é
que os gráficos cartesiano das funções pares,
são curvas simétricas em relação ao eixo
dos y ou eixo das ordenadas.
O símbolo "
, lê-se “qualquer
que seja”.
Exemplo:
y
= x4 + 1 é uma função par, pois f(x)
= f(-x), para todo x.
Por exemplo, f(2) = 24 + 1 = 17
e f(- 2) = (-2)4 + 1 = 17
O gráfico abaixo, é de uma função par.
3.2 - Função ímpar
A função y = f(x) é ímpar , quando " x Î D(f) , f( - x ) = - f (x) , ou seja, para todo elemento do seu domínio, f( - x) = - f( x ). Portanto, numa função ímpar, elementos simétricos possuem imagens simétricas. Uma conseqüência desse fato é que os gráficos cartesianos das funções ímpares, são curvas simétricas em relação ao ponto (0,0), origem do sistema de eixos cartesianos.
Exemplo:
y
= x3 é uma função ímpar pois
para todo x, teremos f(- x) = - f(x).
Por exemplo, f( - 2) = (-
2)3 = - 8 e - f( x) = - ( 23 ) = - 8.
O gráfico abaixo é de uma função ímpar:
Nota: se uma função y = f(x) não é par nem
ímpar, diz-se que ela não possui paridade.
Exemplo:
O
gráfico abaixo, representa uma função que não
possui paridade, pois a curva não é simétrica em
relação ao eixo dos x e, não é simétrica
em relação à origem.