É comum as pessoas dizerem: Este livro é para mim ler. Qual o equívoco? O certo é para eu ler. Simplesmente não observamos que o mim torna-se o sujeito de ler. Pelas leis da gramática, mim e te não funcionam como sujeitos da ação. Logo: Para eu fazer, para eu ler, para eu escrever. Mim e te não praticam ação. Logo, mim não passa no vestibular; mim não namora, mim não vai a jogo de futebol. Eu, sim, passo no vestibular. Estudo para eu passar no vestibular. Na verdade, isso parece língua de índio: Mim Jane, tim Tarzã...
Os alunos irão reclamar: Que diferença faz, todo o mundo entende quando a gente diz pra mim fazer? Ah, sim, vocês acham mesmo isso? Então vejamos:
Imaginem que um colega faça o seguinte convite:
Vou-te convidar para tu comeres lá em casa.
Tu é sujeito de comer. Logo, praticará a ação de degustar o alimento cozido. Trata-se de pronome reto, digno feitor de ações. Trocando para o pronome oblíquo:
Vou-te convidar para te comer lá em casa.
Mudou alguma coisa? Penso que sim. Agora o convidado, de agente da ação de comer, passa a ser o cardápio. Moral da história: Quando convidarem vocês para comer, perguntem se é com o reto ou com o oblíquo. Gentilmente, vai-se primeiro com o reto e, depois, mete-se o oblíquo.