A descoberta do caráter absoluto da velocidade da luz trouxe como consequência um nova maneira de conceber o tempo na física relativística. Estamos acostumados à ideia de que o tempo passa da mesma maneira para corpos parados ou em movimento; para nós, o tempo é absoluto. Essa é a concepção de tempo na Física de Newton.
Para Einstein isso não acontece: o tempo é relativo. A Teoria da Relatividade Demonstra que o tempo passa mais devagar para uma pessoa que se movimenta com velocidade comparável à da luz do que para outra, parada ou em movimento de baixa velocidade. Esse efeito é conhecido como dilatação do tempo. Devido a ele, a noções de simultaneidade também desaparece na Física relativística.
Vejamos um exemplo. Existem estrela no céu, tão afastados, que a luz demora anos para alcançá-las. Vamos supor uma estrela situada a 40 anos-luz da Terra. Como sabemos que é impossível viajar a uma velocidade superior à da luz, podemos concluir que essa estrela não pode ser alcançada em menos de 40 anos. Essa conclusão é, no entanto, errônea, pois não levamos em conta a relatividade do tempo envolvida no problema.
Vamos supor que viajássemos para a estrela, em um foguete, chamado de foguete de Einstein, com uma velocidade de 240 000 km/s. Para uma pessoa na Terra, nossa viagem demorará 100 anos: 50 anos na ida e 50 anos na volta. Mas, de acordo com a Teoria da Relatividade, para nós que estamos no foguete, o tempo de vôo sofrerá uma redução de 40%, ou seja:
O que significa dizer que alcançaremos a estrela em 30 anos e não em 50. Portanto, uma viagem de ida e volta demorará 60 anos.
Podemos reduzir o tempo de vôo indefinidamente, bastando, para isso, aumentar a velocidade do foguete de Einstein, até que ele se aproxime da velocidade da luz. Teoricamente, poderemos, viajando com uma velocidade suficientemente alta, ir à estrela, e voltar à Terra, em um minuto! Mas, na Terra terão passado 80 anos, da mesma forma.
Aparentemente, dispomos de um meio de prolongar a vida humana indefinidamente, se bem que apenas do ponto de vista de outras pessoa, pois cada um envelhece com o "seu" tempo próprio. Infelizmente, esta perspectiva é ilusória.