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Francisco Julião

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Advogado e político pernambucano (16/2/1915-10/7/1999). Fundador das Ligas Camponesas em Pernambuco, é um dos mais importantes defensores da reforma agrária no Brasil, antes do Regime Militar de 1964. Nascido no Recife e formado em direito, dedica-se, desde o início da carreira, a defender camponeses expulsos de suas terras.

Eleito deputado estadual pelo Partido Socialista Brasileiro, participa, em 1956, da criação das Ligas Camponesas, pequenas organizações de plantadores e foreiros (trabalhadores diaristas) dos engenhos de açúcar da Zona da Mata, cujos objetivos são a distribuição de terras aos camponeses e a extensão das leis trabalhistas ao setor rural.

Sua luta se desenvolve em três frentes complementares: no próprio campo, contra o atraso e a desconfiança dos camponeses, produzindo vários boletins, como Guia do Camponês, ABC do Camponês e Cartilha do Camponês; na justiça, promovendo e contestando as ações judiciais que se multiplicam com o alastramento das ligas; e na Assembléia Legislativa, denunciando e protestando contra arbitrariedades, prisões e assassinatos impunes.

Francisco Julião Em 1957 visita a União Soviética, como integrante da Comissão Econômica Parlamentar brasileira. Três anos mais tarde faz parte da comitiva do presidente Jânio Quadros que vai para Cuba. Eleito deputado federal em 1962, é preso após o golpe de 1964, sendo libertado apenas no ano seguinte.

Exila-se no México. Também escreve ensaios literários, contos e novelas. Entre seus livros mais conhecidos estão Cachaça (1951), Irmão Juazeiro (1961), O Que São Ligas Camponesas (1962) e Cambão: La Cara Oculta de Brasil (1968). Morre de infarto, em Cuernavaca, no México.