Tal documento insere-se no gênero da literatura de viagens, gênero muito comum no século XVI, em que a expansão marítima punha o europeu em contato com os povos de além-mar. Outros documentos de grande importância são os escritos dos jesuítas, entre eles, o Diálogo sobre a Conversão do Gentio (1549), de Pe. Manoel da Nóbrega, e o Tratado da Terra e da Gente do Brasil, de Fernão Cardim (publicado apenas em 1925). Pero de Magalhães Gândavo escreveu a História da Província de Santa Cruz (Lisboa 1576 ) e o Tratado da Terra do Brasil (Lisboa 1826). Mas os mais importantes escritos se devem ao Pe. José de Anchieta; as Cartas, Informações, Fragmentos Históricos e Sermões, além dos primeiros textos propriamente literários, como os seus autos e seus poemas, estes últimos apresentando-se como estruturas literárias autônomas.
Os autos de Anchieta, destinados à catequização dos indígenas através de sua representação cênica, possuíam, ao lado de estruturas literárias fundamentalmente europeias, um conteúdo religioso adaptado aos padrões culturais do índio. Tal adaptação foi fundamentada no didatismo, através da transposição dos valores religiosos cristãos para os valores culturais do indígena. Portanto, já se apresenta nestes textos alguma cor local do país, pois constituem os primeiros textos de configuração literária escritos para brasileiros.
Ainda neste fase inicial Bento Teixeira escreveu no Recife um poema épico, de 94 oitavas inspiradas em Camões: a Prosopopéia (Lisboa 1601), narrando a conquista de Pernambuco. O Historiador Frei Vicente do Salvador, primeiro prosador nascido no Brasil, compilou a História da Custódia do Brasil (Rio 1889). Na Literatura deste período predominou, portanto, o contexto histórico e informativo sobre o homem e a natureza do Brasil primitivo.