A Nova California
[Lima Barreto] I- A OBRA A NOVA CALIFÓRNIA é uma saborosa
https://www.algosobre.com.br/amp/resumos-literarios/a-nova-california.html
[Lima Barreto]
I- A OBRA
A NOVA CALIFÓRNIA é uma saborosa narrativa satírica em que a cupidez e o ridículo do comportamento nacional andam lado a lado. Parodiando o enredo dos antigos relatos sobre a 'corrida do ouro', nas Estados Unidos do final do século XIX. o Autor monta um cenário em que, além da crítica universal ao comportamento humano, ressalta a pobreza de imaginação e falta de criatividade do Homo Brasilicus.
II- RESUMINDO
Um lugarejo do interior do Rio de Janeiro, Tubiacanga, recebe um morador estranho que intriga a todos com seu comportamento arredio. Após algum tempo é admirado por sua generosidade e doçura no trato com as pessoas. O novo morador, Raimundo Flamel, procura as pessoas mais importantes e respeitadas do lugar: o farmacêutico Bastos, o procurador Carvalhaes e o Coronel Bentes para que testemunhassem sua grande descoberta: é capaz de fabricar ouro, tendo ossos humanos como matéria prima. Em seguida desaparece misteriosamente. Após alguns dias, o cemitério começa a ser assaltado e as sepulturas profanadas. Monta-se uma guarda com moradores voluntários, que matam um dos profanadores [ carvalhaes] e prendem o outro [ coronel Bentes]. Bentes revela o nome do terceiro: é o farmacêutico Bastos. Revelado o mistério, as pessoas vão para suas casas, cada uma delas com o pensamento voltado para um só objetivo: a riqueza fácil que resolveria, de imediato, os problemas e atenderia à fantasia de luxo e bem-estar econômico.
Aos poucos, com o passar das horas, a cidade parece voltar à calma. Estão dormindo. Mas qual!... Sorrateiramente os habitantes dirigem-se ao cemitério e buscam reunir a maior quantidade possível de ossos para produzir ouro. Moças sonhadoras e orgulhosas de sua brejeirice, senhoras compenetradas, homens respeitáveis, funcionários públicos, comerciantes e humildes trabalhadores engalfinham-se e escarafuncham as sepulturas em busca da preciosa mercadoria. As máscaras são desvendadas, cada um com sua essência desprezível, reprovável e nem sequer sonhada pelos demais. O tumulto termina em baderna, agressão e mortes. O único a escapar do ridículo da situação é o bêbado contumaz de Tubiacanga que, embriagado com o álcool, não se dá conta ou não quer se envolver em algo tão mesquinho e rigorosamente material.
O farmacêutico foge sem revelar o segredo de se transformar ossos em ouro.
III- CONCLUINDO
O texto parodia o enredo dos antigos contos sobre a 'corrida do ouro' no Oeste dos Estados Unidos, a final, transformar ossos humanos em ouro é uma piada macabra para o capitalismo selvagem Raimundo Flamel, o sábio e respeitado, põe à disposição de homens gananciosos [Coronel Bentes e o farmacêutico simbolizam o poder, Carvalhaes é o coletor de impostos] , um conhecimento temível: a riqueza fácil que é possível e está ao alcance das mãos. Para alcançá-la, entretanto, é preciso abdicar-se de valores arraigados como família, tradição, respeito aos antepassados e imagem pública.
Sátira às leis cientificas, tão exploradas pela literatura realista/naturalista, o texto ri da famosa Lei da Conservação da Matéria, dos nossos estudos de Química, no Segundo Grau: 'Na natureza, nada se cria, nada se perde. Tudo se transforma.'. Ossos humanos são transformados em ouro, assim como pessoas aparentemente respeitáveis transmutam-se em seres abjetos, movidos pelo sentimento sórdido da cupidez [um dos sete pecados capitais].
O autor antecipa a postura jocosa e irreverente do inicio do movimento modernista e realiza um texto atraente, bem urdido e com uma fabulação que prende o leitor do principio ao fim, numa linguagem corrente e de fácil assimilação.
I- A OBRA
A NOVA CALIFÓRNIA é uma saborosa narrativa satírica em que a cupidez e o ridículo do comportamento nacional andam lado a lado. Parodiando o enredo dos antigos relatos sobre a 'corrida do ouro', nas Estados Unidos do final do século XIX. o Autor monta um cenário em que, além da crítica universal ao comportamento humano, ressalta a pobreza de imaginação e falta de criatividade do Homo Brasilicus.
II- RESUMINDO
Um lugarejo do interior do Rio de Janeiro, Tubiacanga, recebe um morador estranho que intriga a todos com seu comportamento arredio. Após algum tempo é admirado por sua generosidade e doçura no trato com as pessoas. O novo morador, Raimundo Flamel, procura as pessoas mais importantes e respeitadas do lugar: o farmacêutico Bastos, o procurador Carvalhaes e o Coronel Bentes para que testemunhassem sua grande descoberta: é capaz de fabricar ouro, tendo ossos humanos como matéria prima. Em seguida desaparece misteriosamente. Após alguns dias, o cemitério começa a ser assaltado e as sepulturas profanadas. Monta-se uma guarda com moradores voluntários, que matam um dos profanadores [ carvalhaes] e prendem o outro [ coronel Bentes]. Bentes revela o nome do terceiro: é o farmacêutico Bastos. Revelado o mistério, as pessoas vão para suas casas, cada uma delas com o pensamento voltado para um só objetivo: a riqueza fácil que resolveria, de imediato, os problemas e atenderia à fantasia de luxo e bem-estar econômico.
Aos poucos, com o passar das horas, a cidade parece voltar à calma. Estão dormindo. Mas qual!... Sorrateiramente os habitantes dirigem-se ao cemitério e buscam reunir a maior quantidade possível de ossos para produzir ouro. Moças sonhadoras e orgulhosas de sua brejeirice, senhoras compenetradas, homens respeitáveis, funcionários públicos, comerciantes e humildes trabalhadores engalfinham-se e escarafuncham as sepulturas em busca da preciosa mercadoria. As máscaras são desvendadas, cada um com sua essência desprezível, reprovável e nem sequer sonhada pelos demais. O tumulto termina em baderna, agressão e mortes. O único a escapar do ridículo da situação é o bêbado contumaz de Tubiacanga que, embriagado com o álcool, não se dá conta ou não quer se envolver em algo tão mesquinho e rigorosamente material.
O farmacêutico foge sem revelar o segredo de se transformar ossos em ouro.
III- CONCLUINDO
O texto parodia o enredo dos antigos contos sobre a 'corrida do ouro' no Oeste dos Estados Unidos, a final, transformar ossos humanos em ouro é uma piada macabra para o capitalismo selvagem Raimundo Flamel, o sábio e respeitado, põe à disposição de homens gananciosos [Coronel Bentes e o farmacêutico simbolizam o poder, Carvalhaes é o coletor de impostos] , um conhecimento temível: a riqueza fácil que é possível e está ao alcance das mãos. Para alcançá-la, entretanto, é preciso abdicar-se de valores arraigados como família, tradição, respeito aos antepassados e imagem pública.
Sátira às leis cientificas, tão exploradas pela literatura realista/naturalista, o texto ri da famosa Lei da Conservação da Matéria, dos nossos estudos de Química, no Segundo Grau: 'Na natureza, nada se cria, nada se perde. Tudo se transforma.'. Ossos humanos são transformados em ouro, assim como pessoas aparentemente respeitáveis transmutam-se em seres abjetos, movidos pelo sentimento sórdido da cupidez [um dos sete pecados capitais].
O autor antecipa a postura jocosa e irreverente do inicio do movimento modernista e realiza um texto atraente, bem urdido e com uma fabulação que prende o leitor do principio ao fim, numa linguagem corrente e de fácil assimilação.