“Sabe o que é melhor que ser bandalho ou ser galinha?
Amar. O amor é a verdadeira sacanagem.”

(TOM JOBIM)

O amor não acaba, mesmo que seu objeto de desejo não esteja mais presente, temporariamente ou em definitivo, seja por vontade própria ou por designação divina. Assim, o fluxo deste sentimento vai abrandando aos poucos, mas sem estancar completamente. Por motivos diversos que dizem respeito à falta de força para lutar contra preconceito, egoísmo, orgulho ou infantilidade, amores são interditados, isto é, nem sempre o amor, por si só, vence. Um dos amantes ou o casal não teve coragem ou habilidade para retirar as sombras e superar os obstáculos que lhes permitiam manter a libido ativada e direcionada para esse vínculo. Todo relacionamento amoroso, como afirmam Bauman e May (2010), está exposto a um duplo perigo: pode entrar em colapso sob a pressão interna ou recuar, tornando-se carregado das marcas impessoais de relação de troca.

A afirmativa de que “a dialógica razão-paixão é uma arte existencial delicada: é preciso saber correr o risco da paixão, mas evitar de ser aniquilado por ele; é preciso saber se perder e se encontrar no amor [...]”(MORIN, 2007:136), deixa claro quanto é complexo o elo da parceria. A maioria dos indivíduos, pelo menos em tese, quer ser feliz, deseja encontrar sua cara metade etc., até porque “somos as primeiras sociedades na história a considerar infeliz todo aquele que não é feliz” (BRUCKNER apud FURTADO, 2008, p.111). Nessa perspectiva, o amor, sem dúvida, é lindo, dizem os românticos, porém estruturas neuróticas o tornam tremendamente difícil de vivenciá-lo, porque a soma das neuroses do casal ou a constatação de que “onde há dois não há certeza” (BAUMAN, 2004:35) ou, ainda, a visão de um dos parceiros, fortemente centrada no próprio umbigo, resulta na cegueira para as necessidades do outro. Enfim, parece que somente se vislumbra o valor do objeto amoroso, quando ele já se mostra perdido, não mais se encontra no convívio, quando seu interesse está minguado e as últimas tentativas de reatá-lo estão esgotadas.

Decerto, não existe amor à primeira vista, mas o desejo de ter a pessoa que remete ou transmite algo incomum intuído como promessa de descontinuidade cotidiana, sob a pressão do feromônio ou da produção da serotonina em baixa1, de um dos encantados ou de ambos. Furtado (2008) entende que o amar é um tarefa, uma dificuldade mais que uma faculdade, precisa de tempo para fluir em atos, possíveis somente na convivência. Mas, a sabedoria, segundo Morin (2007:136), “não deve inibir o amor, a fraternidade, a compaixão, o perdão[...]; deve iluminá-los e evitar que caiam nas armadilhas da ilusão ou se invertam; assim, o amor pelo outro, vítima de egocentrismo, torna-se possessivo e ciumento, intolerante e maldoso[...]”. Ressalto que ninguém ama o que não conhece, uma vez que “o eu que ama se expande doando-se ao objeto amado” (BAUMAN, 2004:24). No entanto, apaixonar-se não carece desse pré-requisito.

Geralmente, movida pela falta de satisfação e emoção específicas das quais, implacavelmente, a realidade priva, o desejo apaixonante elege um ator e estende uma tela em que projeta fantasias e almeja que o/a “felizardo/a” vivencie o script febril dessa paixão. Apaixonar-se nasce da ânsia de sair do chão2, de soltar as rédeas da objetividade por meio de generosas doses de endorfinas. Talvez por isso, Fernando Pessoa (MAFFESOLI, 2008:174) tenha afirmado: “sábio é aquele que monotoniza a vida, pois o menor incidente adquire então a faculdade de maravilhar”. Porém, no entender de Morin (2007:136), “a paixão é necessária para humanização da razão, o que lhe impede de cair numa abstração delirante”. Em suma, “o amor é uma droga” (BAUMAN, 2007:138), mas, consumida em doses regulares, administrada e não totalmente autofocalizada; diferente da paixão, cuja dosagem está à mercê da força que demanda o frisson desse estado emocional, sem limite, uma alteração hormonal que reflete a frouxidão da razão. Donde, dar vexame faz todo sentido.

Para Oscar Wilde (apud GUATIMOSIM, 2004:339), “[...] cada um de nós mata o que ama [...]”. Na verdade, não se mata o que ama, pois esta ação contraria a essência do amor, que é vida, elevação, depuração dos sentimentos egoístas. Como destaca Bauman (2004:21), “amar significa abrir-se ao destino, a mais sublime de todas as condições humanas, em que o medo se funde ao regozijo num amálgama irreversível”. Porém, na realidade, constata-se que a maioria dos casais engendra laço infernal, inapropriadamente denominado vínculo amoroso. Nesse tipo de relação, consciente ou inconsciente violam sentimentos, machucam e emocionalmente se destroem. Enfim, consomem-se na tentativa de exorcizarem covardias, medos, culpas e solidão. O prazer sexual, dizem os judaico-cristãos, é um vício, assim, certamente, a felicidade para os amantes se torna um tormento pelo desejo que está além da intenção apenas reprodutiva.

Nessa ótica, nada mais natural que fazer o outro sofrer por futilidades, empenhar-se em autotortura devido ao suposto pecado injetado no DNA da humanidade (SILVA, 2010). O amor é eterno, sim, e não apenas “... infinito enquanto dure”, como profetiza o poeta Vinícius de Morais (apud FERREIRA-SANTOS, 2003:97). Dói perder a pessoa amada, e a forma mais aflitiva sugere ser a “morte” em vida, pois o indivíduo é tomado pela sensação de impotência e de incapacidade de tê-lo deixado escapar. No entanto, esse sentimento amoroso continua perpetuado, cristalizado no seu imaginário. Todavia, é preciso aprender a lidar, paulatinamente, com esse espaço (mental, físico, emocional) vazio, com todo cuidado para não ocupá-lo ou substituí-lo por algo nocivo, como a vingança ou a autopunição, bem como falar, e falar, e falar sobre essa perda para atenuar a ausência do objeto.

Embora, por vezes, o indivíduo tenha recebido amor paterno incondicional, não se dá conta de repassá-lo na parceria sem manter embutido um semblante mercantil. Com exceção da ordem do consumo, que, magistralmente, manipula as emoções, na realidade, não há uma educação ou uma cultura que, de fato, no âmbito coletivo, acolha os afetos, pois “[...] onde há ‘calor cultural’, não há um determinismo rígido, mas condições instáveis e movediças” (MORIN, 2008:35). Decerto, “trata-se de civilizar as paixões e as emoções para que elas não se tornem bárbaras e não nos destruam, mas não se trata de destruí-las nem mesmo de torná-las ‘razoáveis’” (MORIM, 2007:136).

Imaginar o ex-objeto do amor dedicando seu “projeto de vida” com tudo que havia de melhor em termos da performance sexual e manifestação afetiva a outra pessoa é fonte geradora de inquietantes e sofridas projeções. A cura se dá no esforço mental de entregar esse objeto ao mundo, permitir, no campo do simbolismo, abrir mão dessa posse; vislumbrar esse lugar ocupado; aceitar que esse objeto tem todo direito de ser feliz ou, até mesmo, mais feliz do que foi na sua companhia. Superar também implica não perder a esperança de encontrar um novo amante que virá fazer parte dessa galeria e quem sabe não seja a última e mais importante peça da coleção! Assim, a partir dessa aquisição, a ferida narcísica de ter sido preterido/a será transformada em uma cicatriz criativa para produzir emoções idênticas ou, quiçá, mais intensas. Afinal, devido à perda anterior, uma vez que se encontra, agora, mais fortalecido/a no território movediço do amor, é possível permitir-se a capacidade de continuar amando.

Amar é sempre um risco, já que “o amor significa assinar um cheque em branco [...], entrar numa relação com um mistério e concordar com sua falta de solução (BAUMAN, 2008a: 211-2). Mas, o movimento explicitado nas capoeiras da vida, no cio, em geral dá a sensação de liberdade, enquanto a quietude do amor pode sugerir estagnação diante do olhar turvo da ignorância, da inocência ou da prontidão para aventuras. Portanto, bloqueia-se a compreensão da amplitude ou completude do objeto amoroso, talvez porque a arrogância ou fragilidade do ator social não permita enxergar os autênticos sinais dos seus desejos, por isso está sempre farejando as chances de novas emoções, na expectativa de que desta vez sejam mais exuberantes. Assim, rapidamente se lança na compulsão da caça, sem antes provocar algum tipo de excitação na relação atual, oxigenar, perceber e reconhecer que ela pode, perfeitamente, ser restaurada. Na última das hipóteses, os amantes podem chegar a se darem férias conjugais, o que não autoriza, necessariamente, nesse período, “ficar” com outra/s pessoa/s.

O amor por alguém, segundo Cyrulnik (2001), restringe o potencial de nossa própria personalidade. Isso não soa autenticidade, pois o amor sempre potencializa o crescimento saudável de toda e qualquer construção. A interpretação equivocada do amor faz pensar que a relação estável pode significar ou sugerir, de certo modo, prisão. Isso poderá parecer assustador para o imaturo, que, tocado por esse sentimento amoroso, logo foge, mas a solidão e a angústia fazem parte do existir. Portanto, “o casal não é contrário da solidão: é um modo de vivê-la juntos[...]”(COMTE-SPONVILLE, 2009:44). Quando não se aceita o limite de que a relação não tem o poder mágico para superar todas as dores existenciais, perde-se a riqueza do conhecimento subjacente nas dobras da convivência. Somente na literatura, no cinema e na televisão, por vezes, é que tudo conspira a favor dos enamorados, e a chama do desejo permanece infinitamente acesa sob os aplausos do entorno.

Toda história de amor é romance, mas é preciso estar maduro - o que não quer dizer velho - e pronto para vivenciá-lo. Embora pouco decente, é muito comum, em particular nesta cultura, a prática da “galinhagem”, ciscar e não encontrar nada, ou absorver o produto dessa ação, o qual, em seguida, verifica-se indigesto. As pepitas geralmente não estão na superfície, não se dispensa, portanto, disposição, tolerância, doação e abdicação para desfrutar desse achado. Porém, o vínculo que sustenta o amor parece se nutrir de uma composição meio agridoce. Assim, o foco do amor tende a se comprometer, quando está descambando para os extremos: uma relação pegajosa ou muito adocicada. Ainda há que se considerar que a indiferença ou a inspeção paranoica podem definhar o desejo e provocar a quebra do vínculo amoroso. Nesse caso, nem sempre é válido discutir a relação, se não estiverem tomados pelo interesse genuíno do resgate desse sentimento, em vez de ficar à espreita para tirar vantagem, no anseio da sua dominação (SILVA, 2010).

A mescla prazer/desprazer parece fazer o gancho para sua manutenção. Do contrário, ou seja, se por ventura a relação se caracterizar como totalmente ruim, não cola, não tem como subsistir. Por isso, muitos casais, mesmo traspassados de mágoa, sofrimento e decepções, apesar das queixas e protestos, não desgrudam. Para evitar o teor patológico que, em geral, sorrateiramente se apropria do relacionamento, deve-se ter cuidado e respeito pelo sentimento do outro, para não abusar do lugar de objeto de amor em que foi colocado, ou melhor, que de súbito fora pinçado do anonimato para ser “celebridade” na vida do outro. Somente o indivíduo ético, sensato é capaz de suportar ser colocado no centro da existência de outra pessoa, na condição de “figura”, sem bagunçar o “coreto” da/o amante ou fazê-la/o de “fundo” (SILVA, 2010). Enfim, de repente o excesso de luz, no palco do amor, eclipsa o objeto amado.

No entender de Bauman e May (2010:141), “sendo o amor conquista tão difícil e custosa, não surpreende que se busque substituto: alguém que desempenhe a função do amor sem demandar reciprocidade em troca”. Em vista disso, isto é, de não se sentir pronto para assumir compromisso, esse “incômodo” precipita o “imperativo do gozo” (expressão de LIPOVETSKY, 2005) o qual subsidia a promiscuidade, por meio da qual se tenta convencer ou autoenganar-se que essa mobilidade “beija-flor” completa e que todo modo de parceria deveria ter como base esse modelo. Enfim, a monogamia acaba sendo vista como uma condição inadequada, forçada, ultrapassada, tendo como referência o comportamento dos animais. Mas, não parece justo comparar esse tipo de intercâmbio sexual com os tidos irracionais, porque eles seguem, salvo alguma exceção, precisos ciclos hormonais, mas a algo compulsivo, perdido nas inquietações de um mundo sem bússola (SILVA, 2010).

A cobrança implícita de que ninguém consegue ser feliz sozinho instiga a visibilizar-se com parceiro, sob pena de que um sujeito solitário seja sempre suspeito de alguma anormalidade latente, como se o casamento fosse uma certeza plena do encontro crescente de felicidade, ou seja, um atestado de normalidade, em especial, quando a relação resulta em filho/s. Por conseguinte, muita gente aceita ou suporta absurdos, estado de flagelo conjugal para atender a essa cobrança, por não conseguir outra saída para a solidão. Parece que a maior parte dos cidadãos segue uma espécie de imprinting cultural segundo o qual, uma vez casado, automaticamente, estará inscrito no contexto das sociedades. Na realidade, a maioria das relações, em vez de comunhão, reproduz características típicas dos campos de batalha, cenários de ciúmes, raias de competição, medida de força, exercício de poder e dominação sutil ou manifesta.

Nesta sociedade, a sexualidade está colocada, praticamente, na mesma condição do oxigênio, de que, indiscutivelmente, precisa-se para sobreviver. O apelo sexual está disseminado, isso denota profunda insatisfação e a busca do sexo como canal de descarga, em um universo de satisfações esquizofrenizadas (impessoais e intermediadas por estímulos ou substâncias artificiais). Em virtude disso, geralmente, a sexualidade se encontra dissociada do amor, para que o prazer do sexo se faça garantido e, assim, possa tamponar a falta de outros gozos. Para Pondé (2010:78-9), “a intimidade só existe quando há invasão do outro”, porém o efêmero e a superficialidade dos contatos sexuais produzem uma solidão coletiva. Então, haja overdoses de vulgaridade: não beija a boca do objeto do desejo, mas de uma anônima qualquer que se entregue à estimulação libidinal, desse modo, alimenta a ilusão de que todas essas oportunidades capturadas o fazem se sentir na “pista”, portanto em evidência, como um cidadão jovem, dito normal, plenamente de acordo com seu tempo.

Em relação ao consumo, Bauman (2008b:111- grifo do autor) destaca que “a ´síndrome consumista` envolve velocidade, excesso e desperdício”. Tais características também parecem contemplar a “síndrome do gozo”, ou seja, o consumo superficial e imediato das sensações e dos prazeres que fundam o quantitativo da exploração de segmentos corporais e da exposição real ou virtual do corpo e do gozo. Atualmente, é muito comum figurinhas ficarem horas e horas diante de uma câmera, em pequenos cubículos, solitários, tocando-se, masturbando-se, teclando em um cenário bizarro que denota um quadro meio lúgubre. Assim, no arrastão de beijos que são catados, o ator social também se coloca como objeto dos outros, similar a uma privada pública. Todavia, emporcalhar a boca tem o reforço do grupo de pares em uma disputa ignóbil que a mídia faz questão de respaldar, mas o barato mesmo consiste na contabilidade final de que, nessas investidas, sua boca esteja “detonando”, isto é, repleta de bactérias.

A farra da estimulação sensorial e erótica, certamente, não para aí, também inclui a oferta do corpo como um todo na expressão dessa folia, máquina de prazer com o mesmo mecanismo de qualquer máquina de colher lixo. Nesse contexto, quase tudo é lixo, sim, porque não tem nem um vínculo que não seja o prazer sensual e sexual como passaporte para o descartável. “Fica” agora com X, amanhã ou simultaneamente com Y, depois com o alfabeto todo, e não tarda recomeçar a série. O que é mais importante, obviamente, nessa empreitada, é não perder o pique da alta rotatividade. Anseia-se apenas por dutos, cilindros, para descarregar a libido sem pudor, porque ali não tem alma ou coração, a permissividade está legitimada, portanto isenta de qualquer censura coletiva ou autocrítica. Neste comportamento recorrente, o constrangimento está no seu oposto, quando, por alguma razão, o jovem não engrossa a massa devassa ou não incrementa aquilo que corriqueiramente se exclama: “hoje é assim mesmo”.

Na opinião de Gikovate (2007:37), “as pessoas são infelizes ou porque desejam e não realizam o encontro amoroso ou porque o realizam e a emoção se enfraquece e o tédio volta a dominar”. Diria que o encontro amoroso, quando de fato tratar-se desse sentimento, e não de algum tipo de trato ou engodo, é para sempre. Assim, exclui em definitivo o tédio e a busca, que são sintomas do desencontro, do profundo e desesperado vazio existencial. Para Morin (2007), o mundo sofre não somente da insuficiência de amor, mas também de mau amor (amor possessivo), de perversões de amor (fixações em fetiches etc.), do aviltamento do amor os quais degeneram em ódio, ilusões de amor e amor por ilusões. Assim, a relevância representativa está na esperteza, em saber aproveitar essa sexualidade esquizofrênica, sem importar o que significa amor ou amar, mas em ser apenas corpos à cata de prazeres. Como ressalta Bakhtin (apud Le BRETON, 2011:47), “enfatizam-se as partes do corpo onde este está, seja aberto ao mundo exterior, seja ele mesmo no mundo, isto é, nos orifícios, nas protuberâncias, em todas as ramificações e excrementos: bocas abertas, órgãos genitais, seios, falos, intestino grosso, nariz”.

Finalmente, o imperativo do gozo demanda corpo, especialmente, escultural que, com bastante determinação, esculpe-se em academia, costura-se em clínica/s na busca da anatomia perfeita. O instrumento corporal assim construído servirá de cartão postal para recordes “orgásticos”3. Esses atores sociais veneram a forma, a silhueta, as grandes espessuras, massas, tamanhos colossais, mesmo que preenchidos na artificialidade. A conduta esquizofrênica, apontada como moderna, aliás, pós-moderna da compra e venda das sensações, do culto ao corpo, disfarça ou tenta embargar a solidão, que sempre emerge no apetite sexual embalado nos refrões monótonos, notadamente vazios e vulgares, apropriados para todas as ocasiões efêmeras e superficiais. Assim, “a fantasia nos leva a confundir o essencial e o acidental” (DELEUZE, 2008:73), em farras em que se processam prazeres, em que se processam o nada.

NOTAS:

  1. De acordo com estudo Universidade de Pisa-Itália, nos apaixonados, é 40% abaixo do normal (FAGUNDES, 2000).
  2. Os franceses usam a expressão “tomber amoureux” (cair de amor ou se apaixonar). Paradoxalmente se apaixonar é se desprender do concreto (chão), para tombar na incerteza da subjetividade dessa alteração emocional.
  3. Aspado porque, na verdade, trata-se de descarga de tensão, o orgasmo no sentido mais pleno ocorre em um clima de conhecimento e envolvimento emocional, é uma experiência integra, em relação a qual não faz nenhum sentido qualquer dado quantitativo.

REFERÊNCIAS

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______. Vida de consumo: a transformação das pessoas em mercadoria. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2008b.
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GIKOVATE, F. Dá pra ser feliz... Apesar do medo. 4 ed. São Paulo: MG Editores, 2007.
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Le BRETON, D. Antropologia do corpo e modernidade. Petrópolis: Vozes, 2011.
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