Ao observarmos a natureza, muitas vezes, não percebemos a complexa estrutura que a envolve e a faz continuar existindo. Esse grande bioma (conjunto de seres vivos de uma área) que é o planeta Terra, possui muitas características e processos bem definidos, onde todas as formas de vida existentes no globo se interrelacionem  para formar uma biodiversidade.

As diferenças regionais em cada local do mundo criam ambientes (hábitats) diferenciados. Nesses espaços, as relações bióticas (relativo às formas de vida) e abióticas (ausência de vida) demonstram suas diversas funções para interagir no mesmo espaço. Como resultado disso, forma-se o que os ecólogos (cientistas que estudam a ecologia) chamam de “padrões geográficos em diversidades de espécies”. Assim podemos compreender a existência de determinadas espécies em várias regiões do globo.

As estruturas ambientais demonstram características próprias onde cada uma se distingue de outra, criando assim, um ambiente rico em diversidade. Cada nicho (porção restrita de um hábitat) possui  uma grande diversidade de condições físicas, em que os animais e plantas, ali localizados, estão aptos a viver nessa “aldeia”. Suas características variam de acordo com diversos fatores, sendo por exemplo: climático, da altitude, da temperatura, da luz solar etc. Dentro desses nichos, os animais predadores podem ser usados como base na compreensão da existência de outros seres vivos. Pode-se exemplificar dizendo que num determinado nicho ecológico uma onça, com sua presa (dente) de 5 mm, busca animais que servirão de comida para ela possuindo características para serem mortos por suas próprias presas. Isso evidência a existência de uma diversidade muito grande, pois basta fazer uma relação entre a cadeia alimentar (estrutura alimentar entre os animais de uma determinada região) e forma-se uma grande quantidade de espécies variadas, constituindo um determinado nicho ecológico. Uma característica importante na diversidade de um nicho é a variedade de papéis ecológicos que cada ser vivo possui nesse ambiente. O resultado disso será uma grande diversidade localizada no nicho (fato que é abordado por muitos ecólogos).

Outro fator a ser considerado é o espaço que o nicho possui, esse fator demonstra que a diversidade pode ser maior quando o espaço local aumenta. Entende-se isso de maneira simples, onde esse espaço irá permitir uma maior quantidade de espécies e assim resultando numa cadeia alimentar diversa, o que constitui a diversidade do ambiente.

Os espaços de fuga serão as possibilidades que as espécies possuem para evitar a mortalidade. Essa função irá depender de vários fatores, onde a percepção auditiva, visual ou a coloração idêntica à mata local, poderão ser características fundamentais para a fuga. Alguns estudos revelam que a capacidade de fuga depende do espaço local existente, a própria evolução ou adaptação de uma espécie a um ambiente pode significar uma vantagem na fuga. Exercendo assim, uma função natural entre as espécies, a busca pela sobrevivência.

Essas características demonstram que a fuga pode ser em vários momentos, uma solução para a existência da diversidade, pois como se sabe, existe uma cadeia alimentar que é respeitada naturalmente e onde o ambiente a torna fator determinante para a sua existência. Conforme Darwin (cientista inglês que criou a Teoria da Evolução), cada espécie irá adaptar-se ao seu hábitat e a sua diversidade demonstrando suas funções ecológicas na cadeia alimentar, evidenciando, assim, um equilíbrio no ambiente, pois cada ser vivo coexiste localmente através da intensidade da competição. Dentro dessas observações, nos cabe analisar que o número de espécies num determinado hábitat vai depender de suas relações internas, originando a “teoria do equilíbrio da biogeografia insular”. Essa quantidade de espécies irá se estruturar no espaço local e constituir um pequeno bioma, onde a competição, a cadeia trófica (cadeia alimentar), os espaços de fuga, entre outros, serão fatores importantes na formação dessa “ilha”.

Nesses espaços de biodiversidade podemos observar a competição pela existência de cada espécie. Num mesmo hábitat, a coexistência demonstra-se como fator de equilíbrio natural sendo definido por diversos fatores, como: dimensão do nicho, poder de adaptação e espaços de fuga. Assim as espécies irão controlar as populações de determinados seres igualmente. Podemos compreender também que os espaços influem na quantidade de espécies, tomemos como exemplo um rio. Em sua montante (nascente) o número de espécies será menor do que em sua jusante (foz),  pois o espaço para a existência de uma cadeia trófica grande e diversa vai necessitar de um local amplo para coexistirem.

Portanto, tendo em vista que as relações ecológicas estruturam-se de forma igualitária, percebemos que para haver a continuidade desse equilíbrio é necessário que a  biodiversidade ocorra em todas as regiões do globo. Pois devemos ter em mente que nós, homens, somos parte da natureza e buscamos ser menos impactante em nosso meio.