Dizem os estudiosos que todas as grandes organizações, de tempos em tempos, precisam de choques, adaptações ou adequações. São novas realidades e valores que surgem, cobram mudanças e, caso ignorados, levam ao esgotamento gerencial e à ineficiência. O futuro é sempre o presente a ser organizado. Não tem que prevê-lo, apenas permiti-lo, imagina Exupéry.

A regra não poupa ninguém. É necessário um modelo que contemple a descentralização do poder e da gestão, materializada na mais autêntica delegação dos processos.

Assim acontecendo, o processo será mais autêntico, com a presença efetiva das lideranças - escolhidas democraticamente pelo voto direto -, guardando inclusive plena legitimidade com os momentos vivenciados, fazendo crescer os resultados e a instituição.

Isto significa uma oxigenação permanente. Democracia premia os escolhidos, bem mais autênticos por significarem o livre pensar da maioria. O líder aglutina, jamais afasta.

Comandar o compromisso é dominação. Liderar é inspirar os liderados e permitir que eles ajam, com a consciência bem definida de que aqueles que produzem, fazem as coisas acontecerem, guardam nos seus corações senso de propriedade sobre os resultados e não aceitam apropriação indébita.

Liderança não é lugar, mas um processo. Cobra confiança e credibilidade. Sem estes dois componentes, as pessoas não se arriscam. As organizações se tornam lentas, enfadonhas e perecem no tempo. Para Miguel de Cervantes, na mesmice, até a beleza cansa. Na verdade, é um processo de aceitação recíproca, que exclui o forçar a condição. O conjunto precisa enxergar nela a representação dos seus pontos de vista.

Apelar para o “mito” não é uma boa. O Presidente Kennedy assegurou ser pior que a mentira, pois esta, mais cedo ou mais tarde, é revelada, enquanto o mito, apesar de utópico, segue insidioso e sedutor.

É tempo de repensar, de corrigir rotas e buscar o futuro com competência e democracia. Já não bastam discursos eloquentes e retóricos sobre valores comuns, cuja erudição não se ajusta com as realidades. O discurso que nada acrescenta, passou!

O mundo mudou, o poder também. Este é descrito como cliente - servidor. As pessoas – os clientes – é que detêm o poder; no nosso caso, o médico cooperado.

No mundo globalizado, a moeda é o conhecimento. São novas circunstâncias, a informação é instantânea e envelhece precocemente. As pessoas cobram resultados e ser partícipes na formatação dos processos.

Fica assegurado, portanto, que o futuro acontecerá, sendo bem melhor participar de sua construção ou permiti-lo, como imaginou Exupéry. Afinal, ninguém segura a marcha do tempo.