Pretender esmagar seu opositor no debate é um equívoco desaconselhável. O compromisso básico é mostrar seus argumentos, justos, abalizados, coerentes e sérios, deixando que o público faça o julgamento e opine.

Um debate é uma oposição de ideias, não de pessoas. É uma proposta contra outra proposta. Exposição de alternativas, visando naturalmente chegar ao melhor, nunca a superação de alguém por outrem. Quem costuma confundir esta lógica são os políticos profissionais.

Humilhar seu oponente não é boa prática. Você poderá transformá-lo em vítima, influenciar negativamente a decisão, sacrificar a sua proposta. Doutor Ulisses Guimarães dizia “adversário não é inimigo”.

Provocação não se responde imediatamente. Respire, raciocine, não interrompa o interlocutor, dê tempo a você mesmo. Equilibrado do primeiro impacto, inicie a resposta. Se lhe fizerem mais de uma, peça para fazê-las por etapas e vá respondendo. Seja direto, aberto, franco, preparado, gentil e delicado.

Há pessoas tipo pavio curto que perdem o equilíbrio emocional e todos os debates com muito pouco. Elevam a voz, gritam e ofendem o outro debatedor. Na verdade, se desestabilizam, entram na tática do outro. O público passa a ficar confuso, não percebe a contento o conteúdo do que propunha.

Emoções contagiam e podem desencadear tendências indesejadas. Nestes momentos cautela é decisivo. Não seja arrogante. Arrogância é um severo obstáculo para aceitação. Nariz empinado nem pensar. Cara feia não adianta, afinal, ninguém presta atenção a debatedor irritado.

Ser muito rápido nas respostas pode significar um aumento de chances de errar, errar até o alvo. Sorria e conquiste os outros por simpatia e conteúdo, com cuidado para não passar excesso de confiança.

Ganhar um debate é convencer um auditório, uma plateia, com sua postura, mas fundamentalmente com suas ideias.